domingo, 23 de fevereiro de 2014

Em tempos de Helicoverpa, governo corta verba da Secretaria de Defesa Agropecuária

Defesa Sanitária
Em tempos de Helicoverpa, governo corta verba da Secretaria de Defesa Agropecuária
Num dos momentos mais difíceis para a agricultura brasileira, quando a Helicoverpa armigera já causou prejuízos estimados em R$ 10 billhões, mais uma má notícia promete tirar o sono do setor produtivo: o sucateamento do órgão responsável pela defesa contra doenças animais e vegetais. A revista Época revelou relatório interno do Ministério da Agricultura apontando “recursos ínfimos” para a Secretaria de Defesa Agropecuária.

“Dos mais de R$ 370 milhões aprovados pelo governo para a defesa contra doenças animais e vegetais, em que o combate à H. armigera é a prioridade número um, apenas R$ 182 milhões foram gastos. Para este ano, o orçamento previsto é ainda menor: R$ 284 milhões. [...] E esse valor, mesmo reduzido, ainda está sujeito a mais cortes”, afirma a reportagem.

O documento exposto pela revista foi produzido no final de 2013, e aponta os principais “entraves” da defesa agropecuária brasileira. Segundo o relatório, a erradicação de pragas no Brasil está “comprometida”: “A situação é preocupante, pois é grande a infestação e requer fiscalização, vigilância e monitoramento... e os recursos são ínfimos”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários, Wilson Roberto de Sá, não tem medo de afirmar que a escassez de recursos foi determinante para o alastramento da praga Helicoverpa: “A falta de dinheiro dificulta a ida dos fiscais para fazer inspeções e identificar com precisão a área onde está a lagarta”.

Num trecho intitulado “Alerta”, percebe-se que a preocupação é irrestrita: “O contingenciamento dos recursos financeiros está promovendo uma desestruturação de todo o Sistema de Defesa Agropecuária do Brasil. A falta de fiscalização oficial e vigilância poderá acarretar prejuízos incalculáveis com o surgimento de um foco de febre aftosa para o país”, dizem os técnicos.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo, o baixo orçamento atrapalha, mas não é decisivo. “Conseguimos realizar todas as atividades previstas em nosso planejamento. Temos de usar mais a criatividade e trabalhar melhor com os Estados”, disse ele à Época.

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=191941

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