quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Estudo demonstra diferenças no mel e pólen das abelhas sem ferrão

Análises localizaram 10 elementos diferentes nos méis e 12 tipos de pólen

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL
consultorio_agricola_abelha_ (Foto: Thinkstock)
(Estudo analisa mel e pólen de abelhas sem ferrão - Foto: Thinkstock)

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP de Piracicaba (SP) que avaliou o mel e o pólen de 13 espécies de abelhas sem ferrão, além dos próprios insetos, demonstrou as diferenças existentes na composição química de cada um dos produtos analisados, suas características e o efeito dos locais de origem nas suas constituições.  Para a avaliação, o biólogo André Luis Lima de Araújo, responsável pela pesquisa, coletou amostras em 77 colmeias de cinco estados brasileiros (Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo).  As análises localizaram 10 elementos diferentes nos méis, outros 12 tipos nos polens e 14 nas abelhas.

“O estudo desses méis, combinado com o conhecimento do pólen e das próprias abelhas, nos permitiu um melhor entendimento sobre as contribuições desses produtos. Porém, ainda que exista uma legislação que regulamenta a criações de abelhas sem ferrão nas regiões onde são endêmicas, é necessário criar uma legislação específica para o mel dessas abelhas”, completa o pesquisador.

Segundo o biólogo, os resultados comprovaram a diferença na composição dos méis em função de local e espécies estudadas. No entanto, o dado mais positivo é que os elementos com importância toxicológica ficaram abaixo do valor máximo estabelecido pela legislação brasileira.

A pesquisa demonstrou ainda que quantidade de água presente nos méis avaliados variou significativamente, sendo que apenas o mel de Apis mellifera apresentou umidade dentro do limite regulamentado, que é o de 20%. Já o nível da umidade presente nos méis de abelha sem ferrão variou entre 22 a 35%. “Os méis das abelhas nativas são muito diferentes das de Apis mellifera, o que o torna um nicho comercial ainda pouco explorado. Ainda mais porque sua produção apresenta grande potencial para agregar valor econômico sustentável aos ecossistemas brasileiros, sobretudo os florestais”, afirma.

Apesar de o Brasil deter a maior diversidade de abelhas sem ferrão do mundo, a produção do mel no país é baseada na espécie exótica Apis mellifera, também conhecida como abelha-europeia. Contudo, mesmo sendo um dos maiores produtores mundiais desse produto, a criação das espécies nativas ainda é pouco explorada no país.

Diante do pouco conhecimento disponível, embora desperte algum interesse gastronômico e da medicina natural, a pesquisa estudou a composição do produto derivado de algumas espécies sem ferrão, comparando-o com o mel das tradicionais abelhas de listras amarelas.

Fonte: Revista Globo Rural (Brasil).

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