sexta-feira, 21 de junho de 2013

Castanheira: a gigante da floresta

Castanheira: a gigante da floresta

Você com certeza já provou a castanha-do-brasil, conhecida como castanha-do-pará.

Esse alimento percorre um longo caminho até chegar na mesa e não é só do Pará que esse alimento vem, mas também de outras regiões que compõem a Amazônia Legal.

Sua coleta é realizada por extrativistas que vivem no interior das florestas e nas margens dos rios. Para coletar os frutos ou ouriços de castanha esses “trabalhadores da floresta” percorrem quilômetros de trilhas nas  matas, durante o período das chuvas amazônicas. Passam dias e dias caminhando para coletar os ouriços que caem das castanheiras, uma das maiores árvores da floresta amazônica. A castanheira chega a viver 500 anos e pode atingir até 50 metros, que corresponde a altura de um prédio de 16 andares. Imagine a velocidade e o impacto quando o ouriço cai?

Aquela amêndoa que comemos é parte da semente da castanheira que fica muito bem protegida envolta por uma casca dura, parecida com madeira – aquela que enfeita a mesa de Natal, lembra? E para proteger ainda mais, afinal são quase 50 metros de queda, essa semente fica dentro do ouriço da castanha, uma espécie de coco que armazena várias amêndoas com casca (as sementes), em formato de gomos.

A cutia é o principal dispersor desta espécie, já que é um dos poucos animais que consegue roer o ouriço, a casca e finalmente comer a castanha-do-brasil. Como são muitas castanhas num mesmo ouriço, a cutia enterra algumas para comer depois, e geralmente, não volta para pegar. Com isso, ganha a floresta, que terá uma semente muito bem plantada no solo e que futuramente, será, mais uma castanheira germinada.

Já o principal polinizador da castanheira é a abelha mangavá (ou mamangava). Uma abelha muito grande, que lembra um besouro, e a única que consegue ter força para entrar dentro da flor da castanheira e polinizá-la.

Mas o grande protagonista dessa história são os extrativistas, homens e mulheres que vivem na floresta e de lá tiram o seu sustento. Eles coletam os ouriços com um instrumento de madeira denominado mão de onça, para evitar ter de se curvar para pegar o fruto no chão. O ouriços são amontoados próximos da castanheira e depois de percorrer várias trilhas na floresta, eles voltam para quebrar os ouriços com o terçado – o facão. As amêndoas envoltas na casca vão então para um cesto chamado paneiro, que o extrativista carrega como uma mochila.

O trabalho do extrativista não acaba aí, ele precisa colocar as castanhas para secar à sombra e em local ventilado e revolver os montes diariamente. Esta etapa é fundamental para evitar contaminação por fungos. O extrativista vende as castanhas em latas (são reaproveitadas latas de tintas, baldes) para as usinas de beneficiamento, local onde as castanhas são quebradas e as amêndoas retiradas. Depois de embaladas, elas são enviadas para os supermercados e finalmente podem ser degustadas e garantir a renda de centenas de extrativistas da Amazônia.

Fonte: http://ccw.sct.embrapa.br/?pg=bloguinho_default&codigo=135

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