sábado, 22 de junho de 2013

Macaúba é aposta na produção de combustível renovável

Polpa da planta tem boa produtividade e é fonte de renda para agricultores familiares e comunidades extrativistas
por Globo Rural On-line

Agriculturasp/Flickr
Palmeira da macaúba pode atingir até 15 metros e é encontrada em todo o Brasil. Foto: Agriculturasp/Flickr

A polpa da macaúba, uma palmeira nativa que pode atingir até 15 metros de altura e é encontrada em todo o Brasil, surge como uma alternativa de fonte de combustíveis renováveis. A produção da planta, que tem alto balanço energético e boa produtividade de óleo, também é fonte de renda para vários produtores rurais.

Por conta do potencial da macaúba, já há empresas transformando a planta em combustível e realizando pesquisas para aumentar a produção.

André Machado, coordenador-geral de biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), diz que os benefícios da macaúba para a produção de combustível renovável são enormes. “O óleo da polpa da macaúba tem características muito boas para o processamento industrial. Além disso, tem bom balanço energético, com alta produtividade de óleo, podendo chegar a cinco toneladas por hectare”, afirma.

Segundo Machado, a produção de biodiesel de macaúba aumenta a renda de agricultores familiares e comunidades extrativistas. Uma das empresas que apostaram na macaúba é a Paradigma Óleos Vegetais. Localizada em Carmo do Paraíba (MG), a Paradigma está desenvolvendo um projeto piloto de implantação da cadeia produtiva da macaúba. A empresa tem parcerias com mais de 500 agricultores familiares, responsável pelo fornecimento da planta.

No Estado de São Paulo, em quatro regiões do Território Rural da Cidadania do Pontal de Paranapanema, estudiosos do núcleo de pesquisas do campus de Piracicaba da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um projeto sustentável com dez famílias assentadas da reforma agrária, apostando na produção de biodiesel de macaúba.

Outra instituição que faz pesquisas de desenvolvimento de fontes de biocombustíveis é a Embrapa Agroenergia. A empresa também reconhece o potencial da macaúba, mas ainda não tem estudos avançados sobre a cultura. Para Marcelo Araújo, sócio-diretor da Paradigma, as pesquisas e a produção de biodiesel de macaúba ainda não são tão relevantes, mas o serão no futuro. “Tínhamos uma ideia do potencial da macaúba, mas não uma perspectiva produtiva dela. As primeiras grandes implantações estão sendo feitas agora, de um ano para cá, mais ou menos. Daqui para quatro anos, poderão trazer uma contribuição para a cadeia do biodiesel. Hoje, não temos escala de óleo para o uso”, diz.

Atualmente, cerca de 80% do biodiesel brasileiro é produzido a partir de óleo de soja. De acordo com estudos do setor de biodiesel, considerando o aumento na produção de soja, é possível que o grão só consiga atender a demanda por combustível até 2020. Por isso, já surgem estudos com outros produtos, como o dendê e o pinhão-manso.

Fonte: Revista Globo Rural

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