quarta-feira, 31 de julho de 2013

Como construir um mercado global de etanol

Brasil, Estados Unidos, Europa e África discutem elaboração de agenda comum para o biocombustível
por Luciana Franco
Ernesto de Souza/Ed. Globo
(Ao lado dos Estados Unidos, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de etanol)

Durante a plenária “Cenários 2020: Por uma Agenda Global a Favor dos Biocombustíveis”, realizada na manhã desta sexta-feira (28/06) no Ethanol Summit em São Paulo, representantes do setor do Brasil, da Europa, dos Estados Unidos e da África discutiram a elaboração de uma agenda comum entre os dois países de maneira a ampliar a comercialização do etanol. Depois de concluir que não precisam ficar disputando cada centímetro deste mercado, Brasil e Estados Unidos, os dois maiores produtores de etanol do mundo, ressaltaram a necessidade de transferir tecnologia de produção para diversas regiões a fim de internacionalizar a produção.

Na avaliação da presidente da Unica, a demanda por gasolina nos Estados Unidos e na Europa é decrescente. “Nestas regiões já existe uma política de uso de fontes mais limpas de energia. O consumo de fóssil crescerá nos países emergentes, por precisamos investir na transferência de tecnologia para viabilizar a introdução de combustíveis alternativos nestas regiões”, diz Elizabeth Farina.

De acordo com Meghan Sapp, secretária- geral da Pangea (Partners for Euro-African Green Energy), instituição que promove a produção sustentável de bioenergia na África, existem 54 países no continente africano que importam a totalidade de sua demanda de energia. Para Meghan é necessário instalar plantas de etanol no continente, mas alerta para o fato de que cada país tem demanda pequena e que a indústria de etanol na Africa vai levar mais do que cinco anos para se desenvolver.

Rob Vierhoout, presidente da Advanced Biofuels Association acredita que a adoção de políticas claras, a exemplo das que foram adotadas nos atuais consumidores de etanol, que buscam autossuficiência, podem ser replicadas em diversas regiões.

Mercado interno

“A chance do preço da gasolina ser reajustado no curto prazo é baixíssima”. A estimativa foi feita por Elizabeth Farina, presidente da União da Industria da Cana-de-açúcar (Unica). As recentes manifestações ocorridas no Brasil no último mês pedindo soluções para o transporte o público nacional não devem influenciar no preço da gasolina, acredita Elizabeth, porque há grande preocupação com o controle da inflação. A manutenção do preço da gasolina dos patamares atuais, no entanto, não deve atrapalhar os planos do setor de impulsionar o consumo de etanol, que deve voltar a crescer este ano no Brasil devido o aumento da produção no Centro-Sul, que deve reduzir os preços.

Fonte: Revista Globo Rural

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