quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pesquisadores levam sete anos para desenvolver uma nova rosa

Empresas de melhoramento partem de 450 mil unidades para criar nova variedade
por Luciana Franco
Divulgação/Expoflora
(As rosas vermelhas são as campeãs de vendas - Divulgação/Expoflora)

As rosas são as flores mais vendidas no mundo. Por este motivo, é intensa a pesquisa no desenvolvimento de novas variedades e as empresas que atuam nesta área levam, em média, 7 anos para criar um novo produto.

E neste segmento o trabalho do melhorista é essencial, pois ele é o que vai criar novas cores e novas variedades de rosa, de acordo com as tendências do mercado. A Nirp – empresa de origem italiana – mantém um banco genético na Itália com milhares espécies que pretende cruzar – com características particulares, como cor, perfume, durabilidade, espinhos, produtividade, tamanho de botão. São as tendências do mercado que vão definir quais variedades serão escolhidas para um novo cruzamento.

“Se eu quero uma rosa vermelha muito produtiva eu pego uma variedade vermelha e cruzo com outra muito produtiva”, explica Maurício Torres, produtor e melhorista que representa a Nirp no Brasil. Em geral um cruzamento começa com 15 sementes que são pré-selecionas pela empresa. Essas sementes vão originar centenas de produtos com características diferentes. A Nirp faz 30 mil cruzamentos por ano, que geram 450 mil novas rosas distintas. Nos primeiros dois anos se faz uma seleção destas rosas por características ruins.

”Temos uma lista com 70 itens que consideramos defeitos e que são usados para descartar as variedades. Se a rosa tiver um destes 70 itens ela é destruída”. Ao fim de 2 anos, das 450 mil mudas iniciais sobram 20 mil, que são multiplicas por 6 mudas. Estas novas variedades são avaliadas em estufas durante 3 anos em função de suas características positivas. Destas, sobram entre 400 e 500 mudas. “Ou seja, uma de cada mil sobrevive”, diz Torres.

As rosas sobreviventes são espalhadas pelas 23 unidades que a Nirp mantém em países de todos os continentes, inclusive o Brasil, e de acordo com o mercado e clima vão ser analisadas por mais dois anos no campo. “Na sequencia oferecemos aos produtores que vão escolher as variedades que pretendem cultivar”, diz Torres.

As rosas mais vendidas são as vermelhas e representam o amor, mas há espaço para todas as variedades: a cor de rosa significa admiração e simpatia; a amarela, alegria; a branca simboliza um novo início; a laranja, desejo; e a lilás, espiritualidade. Em Holambra (SP) são comercializadas cerca de 150 milhões de hastes de rosa por ano, o que equivale a 60% do mercado nacional.

Fonte: Revista Globo Rural

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