sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Frutas nativas viram fonte de renda no Rio Grande do Norte

Pesquisa visa popularizar a produção de cajá, umbu e seriguela

por Globo Rural On-line
Editora Globo
(A pinha é uma das frutas típicas da região - Foto: Ed. Globo)

Conhecido nacionalmente como um grande produtor de frutas tropicais, o Rio Grande do Norte responde por mais da metade da produção brasileira de melão, conforme reporta a Agência Sebrae de Notícias. As frutas que seguem para o exterior garatem alta lucratividade aos produtores, mas existe um mercado promissor, ainda pouco explorado: o das espécies nativas.

Apesar de mangaba, cajá, graviola, pitanga, pinha (ou fruta do conde), umbu e seriguela terem boa aceitação dos consumidores, elas ainda não entraram no sistema produtivo. Agora, pesquisadores estão desenvolvendo variedades para torná-las uma opção de negócio para fruticultores.

As chamadas frutas nativas não são essencialmente comerciais e a produção se restringe ao extrativismo. Por isso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) estuda variedades de algumas dessas espécies para aumentar o percentual de polpas de frutas, como cajá, cajarana e umbu. Um dos responsáveis pela pesquisa, o doutor em agronomia Amilton Gurgel Guerra, ministra palestra hoje (18/10) sobre a produção de fruteiras nativas. A palestra começa as 10h, no Espaço Empreendedor do Sebrae no Rio Grande do Norte, dentro da programação da 51ª Festa do Boi, que ocorre no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim.

“O cultivo dessas fruteiras vale o investimento por se tratar de espécies que têm alto retorno financeiro. Mercado existe, basta explorá-lo”, garante o agrônomo. De acordo com Amilton Guerra, essas frutas são aproveitadas por agroindústrias produtoras de polpas e sucos e poderiam ser cultivadas em larga escala em algumas regiões do estado, que naturalmente são adequadas às espécies nativas.

A região serrana, sobretudo a Serra de Sant’Ana, é uma área apropriada para a cultura da pinha, que se adapta ao clima de temperaturas mais amenas. O umbu poderia ser uma alternativa em toda a região do semiárido. Já o litoral é indicado para o cultivo da mangaba. Para se ter uma noção da produtividade dessa fruta de sabor característico, cada planta chega a fornecer até 14 quilos de frutos. Em uma área de um hectare, é possível cultivar até 205 fruteiras. “Mesmo estando em fase de domesticação, essas frutas têm valor comercial”, assegura o pesquisador.

A palestra de Amilton Guerra é apenas uma das programadas para ocorrer nesta sexta-feira, no Espaço Empreendedor, cuja temática do dia é fruticultura. Serão abordados assuntos como a produção agroecológica de frutas, a importância da inovação tecnológica da propriedade rural e o empreendedorismo rural. Também estão previstas clínicas tecnológicas abordando a produção de ração à base de caju e tecnologia e legislação para processamento de frutas. As capacitações oferecidas no Espaço Empreendedor são gratuitas.

Fonte: Revista Globo Rural (Brasil).

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